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Daniele Elias Santos

Quilombola do Quilombo do Campinho da Independência, Dani tem sua história de vida marcada pela luta coletiva e pela conexão profunda com suas raízes. Filha de Nadir (caiçara da Trindade) e Hermes (do quilombo), cresceu no Campinho e lá aprendeu a pescar, cuidar da roça e cultivar juçara, sua grande paixão.

Trabalhou na Trindade dos 15 aos 21 anos, onde, sob a tutela do falecido Bieca, aprimorou suas habilidades culinárias. Nesse período, começou a se envolver com o trabalho comunitário, focando na agroecologia, em especial no cultivo da Juçara - gostava mais de trabalhar com as plantas do que com as pessoas.

Um dia foi convidada por Ronaldo dos Santos, seu primo, a participar de uma reunião na câmara dos vereadores sobre o orçamento participativo. Inicialmente relutou devido ao seu desinteresse por política, mas chegando na reunião, Dani presenciou o presidente da câmara tratando de forma desrespeitosa um líder comunitário. Ela então interveio, defendendo o direito da comunidade de questionar as decisões políticas.Aquele sentimento de indignação diante da injustiça, marcou seu primeiro passo significativo na política comunitária. Após o confronto, decidiu se envolver mais ativamente, começando a assessorar Vaguinho, então presidente da associação de moradores do Campinho.

Dani passa a organizar visitas turísticas ao quilombo, embasando-se em pesquisas orais sobre a história local com os anciãos da comunidade, como Dona Madalena e Seu Valentim. Um ano depois desse processo de pesquisa e guiadas no quilombo, Dani se torna guia de turismo e desenvolve o trabalho do turismo de base comunitária na sua comunidade, sempre articulada com a coletividade, com os outros quilombos e comunidades tradicionais caiçaras.

Em 2008, foi surpreendida com um convite para falar em um grande seminário sobre turismo quilombola. O nervosismo inicial foi driblado no momento em que ela resolveu tirar os sapatos e se apresentar descalça. Foi assim que conquistou a audiência de cerca de 300 pessoas, incluindo representantes do governo Lula.

Hoje Dani é presidente da Associação de Moradores do Quilombo do Campinho. Educadora e jongueira, Dani fala emocionada dos ensinamentos da mestra Laura para sua vida e para toda comunidade.
Sua vida está entramada na luta comunitária, movida pelo sonho de construir um mundo melhor.

Sua história nos faz lembrar a frase do movimento zapatista: "Luta comum, aquela que transforma dor em raiva, raiva em rebeldia e rebeldia em amanhã"

Viva sua força, Dani!

Categorias:

território| agroecologia | cultura | memória | educação

Bairro:

Quilombo do Campinho da Independência

Escrita verbete:

Thalita Aguiar

Ficha técnica do filme:

Coordenação: Maíra Norton
Produção executiva: Flora Petri Branco
Pesquisa: Thalita Aguiar
Designer: Renata Adamowski
Filmagem: Luiza Saad e Maíra Norton
Som direto: Carol d'Avila
Still: Coral Solari
Edição vídeo: Maíra Norton
Acessibilidade: Mirian Rebeca

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