Indalécia Campos Freire

Indalécia Campos Freire tem uma história de vida que atravessa as lutas contra a ditadura militar e pela educação. Nascida em uma família de comunistas, cresceu no Irajá, no Rio de Janeiro. Trabalhou em diversos projetos de educação popular em regiões periféricas da cidade, sempre com um viés de educação freiriana e libertadora.

Foi presa política em 1969, ficando 30 dias no DOPS. Por conta da ditadura militar, morou no Chile, na Suécia, Suíça e Londres. Em 1978 vai pra Guiné Bissau, onde tinha acontecido uma guerra de libertação contra os colonizadores portugueses, para participar da reconstrução do país, contribuindo com a educação.Em 1986 veio morar em Paraty, onde criou seu filho Pedro Bonifrate, cursou o magistério no Cembra e quando terminou o curso normal, passou no concurso da secretaria de educação do estado do RJ.

Deu aula no Ciep, no colégio Alvaro Alberto e no Cembra, na formação de professores. Grevista e combativa, Indá sempre lutou pela melhoria da educação e defendia os Cieps e a educação em tempo integral. Trabalhou também no Tribunal da Justiça onde contribuiu para criar um precedente e realizar o registro civil de indígenas que não tinham a certidão de nascimento. Participou do importante projeto de educação Sócio Ambiental que mobilizou diversos artistas e educadores da cidade chamado sem Garça não tem Graça. Em 2015, Indalécia se junta ao movimento de mulheres organizadas em Paraty e participa da criação da Coletiva Feminista Maria Angélica Ribeiro. Sua rebeldia e coerência política nos inspira.

Ao falar de sua neta e neto, Indá nos conta sobre o sonho de um mundo melhor no futuro, onde as crianças de hoje possam viver com dignidade.